AGRONEGÓCIO

Estado desponta como motor do crescimento brasileiro em 2025

Publicado em

Enquanto o Brasil deve registrar um avanço de 2,4% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 (dados do Banco Mundial), Mato Grosso caminha para um desempenho muito acima da média nacional. As projeções indicam um crescimento de até 6,6% no próximo ano, consolidando o estado como o principal motor da economia brasileira e símbolo da força do interior produtivo do país. O resultado expressivo é impulsionado por uma combinação de fatores: o vigor do agronegócio, a expansão industrial, o avanço da infraestrutura logística e um ambiente de negócios cada vez mais favorável ao investimento.

A agricultura e a pecuária seguem como pilares centrais dessa expansão. Mato Grosso deve registrar uma nova safra recorde, ultrapassando a marca de 100 milhões de toneladas de grãos, com destaque para a soja, que deve crescer mais de 20% em relação à temporada anterior. O milho e o algodão também apresentam projeções otimistas, sustentados por ganhos de produtividade e pelo uso intensivo de tecnologia no campo. A pecuária, por sua vez, passa por um ciclo de modernização, com maior controle sanitário, rastreabilidade e diversificação de mercados, o que vem elevando a competitividade da carne mato-grossense no exterior.

O estado colhe agora os frutos de um processo de transformação que vai além da porteira. Nos últimos anos, a agroindústria ganhou força e começou a reter mais valor dentro do território mato-grossense. Indústrias de processamento de soja, milho, carnes e biocombustíveis se multiplicam, criando uma cadeia de valor integrada que conecta o produtor rural à indústria e ao comércio exterior. Essa integração vertical é um dos fatores que explicam o salto de produtividade e renda observado em diversas regiões do estado. Com ela, surgem novas cidades industriais, polos regionais e empregos de maior qualificação.

A indústria de transformação deve crescer cerca de 6,7% em 2025, o maior ritmo entre os estados brasileiros. O avanço é sustentado não apenas pela demanda agropecuária, mas também por investimentos em segmentos complementares, como fertilizantes, embalagens, construção civil e equipamentos agrícolas. Incentivos estaduais, a exemplo do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic), têm estimulado a instalação de novas plantas produtivas e contribuído para a interiorização do desenvolvimento. O resultado é uma economia mais diversificada, com aumento da arrecadação e geração de empregos formais.

Leia Também:  Em um ano Brasil exportou mais de 400 mil toneladas e faturou R$ 2 bilhões

Com o campo e a indústria em expansão, o setor de serviços acompanha o mesmo movimento. Logística, transporte, armazenagem, comércio e construção civil registram crescimento acelerado, impulsionados pela necessidade de escoar e sustentar a produção recorde. O governo estadual tem investido fortemente em infraestrutura, com obras de duplicação e pavimentação de rodovias, concessões de trechos federais e implantação de novas rotas ferroviárias. A Ferrovia Estadual de Mato Grosso, que deverá ligar os principais polos produtores aos portos do Arco Norte, promete reduzir custos logísticos e consolidar o estado como um hub estratégico de exportação de commodities.

Esse ciclo de prosperidade, contudo, traz novos desafios. A escassez de mão de obra qualificada já se tornou um dos principais gargalos do crescimento. A rápida transformação tecnológica do campo e da indústria exige técnicos, engenheiros e profissionais especializados que o mercado local ainda não consegue formar em ritmo suficiente. Outro ponto sensível é a sustentabilidade ambiental. O avanço da fronteira agrícola e o aumento da produção colocam pressão sobre biomas como o Cerrado e a Amazônia, exigindo políticas públicas de preservação, gestão racional do uso do solo e adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono.

Apesar desses desafios, o cenário é de otimismo. Mato Grosso consolidou um modelo de desenvolvimento baseado na produtividade e na integração das cadeias econômicas. O estado combina fatores que poucos outros conseguem reunir: abundância de recursos naturais, escala de produção, capacidade de investimento, estabilidade institucional e um setor privado dinâmico e inovador. A conjugação desses elementos cria as condições para um ciclo prolongado de crescimento, com efeitos diretos sobre o PIB nacional.

Leia Também:  Algodão volta a crescer no Paraná e reforça liderança do Brasil no mercado mundial

Isan Rezende (foto), presidente do Instituto do Agronegócio (IA) e da Federação de Engenheiros Agrônomos de Mato Grosso (Feagro-MT), lembra que mais do que um retrato de sucesso regional, Mato Grosso representa uma mudança estrutural na geografia econômica do Brasil. “O eixo do crescimento deixa de se concentrar nas regiões metropolitanas e migra para o interior, onde o agronegócio, a indústria e os serviços convergem em um modelo de desenvolvimento sustentado. Se as projeções se confirmarem, o estado não apenas liderará o ranking do PIB brasileiro em 2025, mas reforçará seu papel como protagonista do novo ciclo de expansão do país, uma economia que nasce do campo, se transforma na indústria e movimenta o Brasil em direção a um futuro mais próspero”, comentou.

“Nosso crescimento não é um acaso: é resultado de décadas de investimento em pesquisa, capacitação e integração entre o campo, a indústria e a logística. O que estamos vendo agora é a consolidação de um modelo de desenvolvimento que agrega valor, gera empregos e transforma o interior em centro de inovação econômica. O estado aprendeu a fazer mais com menos. Enquanto outras regiões ainda enfrentam gargalos de eficiência, o produtor mato-grossense incorporou tecnologia, inteligência de dados e sustentabilidade ao processo produtivo. Essa combinação permite que o agronegócio continue crescendo sem perder de vista a responsabilidade ambiental, um ponto fundamental para manter nossa competitividade global e atrair novos investimentos”, frisou Isan.

“O que impressiona é que Mato Grosso já não depende apenas das safras; ele se tornou um ecossistema econômico completo. A agroindústria avança, o setor de serviços se sofisticou e a infraestrutura começa a alcançar um padrão compatível com o tamanho da nossa produção. Se o Brasil seguir o exemplo mato-grossense, poderá encontrar no agro o motor de um crescimento duradouro, sólido e de base real”, completou o presidente do IA.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

AGRONEGÓCIO

Estado conquista espaço global com defesa agropecuária e carne bovina

Published

on

Rondônia vem se destacando como referência nacional na defesa sanitária agropecuária. O Estado foi pioneiro ao receber reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação, chancela concedida pela OMSA em 2021, resultado direto da parceria sólida entre produtores rurais e a Agência Estadual de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril.

Essa conquista trouxe ganhos concretos para quem trabalha no campo. A suspensão da vacinação contra aftosa reduziu custos para os pecuaristas e, ainda mais importante, aumentou a confiança internacional na carne produzida em solo rondoniense. Com garantias sanitárias reconhecidas, Rondônia passou a acessar mercados mais exigentes e rentáveis, impulsionando as exportações e reforçando o status da pecuária estadual no cenário brasileiro.

Números recentes confirmam esse bom momento. Segundo dados oficiais do setor, só em 2024 o Estado embarcou ao exterior mais de 276 mil toneladas de carne bovina, movimentando US$ 1,16 bilhão. E de janeiro a setembro de 2025, as exportações já superam US$ 1,1 bilhão, com aumento de mais de 17% no volume em relação ao mesmo período do ano anterior. Com esse ritmo, a expectativa é ultrapassar com folga o total exportado em 2024.

Leia Também:  Sanções à Rússia pressionam mercado de ureia no Brasil

Mesmo países que elevaram barreiras ao comércio, caso dos Estados Unidos com o recente “tarifaço”, mantiveram interesse pelo produto de Rondônia. Em 2024, as vendas para o mercado norte-americano somaram quase US$ 60 milhões; em 2025, em apenas nove meses, esse valor já ultrapassou US$ 77 milhões – mais de 50% acima do registrado no ano anterior.

Atualmente, Rondônia contabiliza um rebanho de aproximadamente 18 milhões de cabeças, espalhadas por mais de 114 mil propriedades rurais. Para manter esse patamar e garantir acesso contínuo a mercados internacionais, produtores devem estar atentos à atualização cadastral obrigatória, ação fundamental para rastreabilidade, formulação de políticas públicas e avanço sanitário.

A partir de novembro, terá início a segunda etapa anual da declaração de rebanhos. O processo pode ser feito de maneira digital, diretamente pelo portal oficial da Agência Estadual, reduzindo custos e facilitando a vida do produtor.

O exemplo de Rondônia mostra como resultados positivos em sanidade animal abrem portas, agregam valor ao produto e fortalecem a posição do Estado – e do produtor local – no competitivo mercado global de carnes.

Leia Também:  Proibição do uso do fogo no Pantanal vai até dezembro

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

CUIABÁ

MATO GROSSO

POLÍCIA

FAMOSOS

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA